Este é um texto que começa com uma gruta fechada. Não se
pode estar na pele de ninguém, nem interpretar o mundo por uma visão pessoal.
De regresso, as coisas partem pelo fim de onde se lançaram e de onde foram
lançadas. Cada qual com seu resíduo nas mãos, cada qual caminhando com seu pó.
As coisas não se põem em seu lugar; as coisas estão ali, redistribuídas em sua
cena. Elas são produzidas por ajuntamentos e intensidades, que ora se expandem
em força, ora se retraem em busca de seu refúgio.
Este é um texto sem estratagemas e floris. Dos livros, não se brotará nenhuma experiência. Das palavras, no entanto, reforçar-se-á uma expressão, que caberá no entorno de toda uma vida moldável no esforço de algum aprendizado que vá além.
Este é um texto sem estratagemas e floris. Dos livros, não se brotará nenhuma experiência. Das palavras, no entanto, reforçar-se-á uma expressão, que caberá no entorno de toda uma vida moldável no esforço de algum aprendizado que vá além.
Este é um texto despretensioso em estilo. Não surtirá o dom,
que se comunica pela sombra de cada tradutor. Não caberá à esperança dar abrigo
ao que já foi dado no mundo e ao que não teve como partida o seu espetáculo
maravilhoso.
Este é um texto circunspeto sem incisão. Toda sutura
transformar-se-á em vida vermelha nas veias. Nada será desvelado, se não
estivermos engajados com o aprendizado do saber que se tira do Tempo. Tudo
poderá se repetir, se não encararmos o Diverso como regra do Mesmo.
Este é um texto onde o que foi centelha, hoje é o pequeno
fazimento do trigo. Sem lugar no mundo, que colhe a plantação e se vê impedido
de guardar o próprio lavor, e até secretamente.
Este é um texto que se exaure e que se esvai. Em duração,
com o vento. Para fazer sobreviver, ainda, a linguagem poética. Ora morta, em
breve, reviva.
{31/10/2014}
Um comentário:
um texto intenso.
Postar um comentário