domingo, 6 de abril de 2014

Compartimento para os olhos (ou repouso para os olhos)

Haveríamos de beirar a linha tênue da distinção de seu olhar: um deles me vem imediatamente à mente, incorrigível, já outro o tenho retido, intercambiando em percepções que tento hoje solucioná-las. Os olhos que se abrem à porta de todos os olhos, os meus: o que não me vem à recordação dos seus, mas que também está aí latente no trombar e mesmo no desvio, ou o que não se pode vasculhar amiúde, mas que se intui sem julgamentos, no que transborda em um desviar de si próprio: o olhar com fulgor. Não posso dizer que o olhar que não tenho certo à mente seja o seu contrário, o olhar da opacidade... os seus, mas como seriam decifrá-los, retê-los e depois encontrar a sua ressonância? Tenho a imagem certa a que recorro, perdendo-me, é certo, no emaranhado da memória, num piscar: seriam de dura opala...? Componho a imagem, e na passagem de um instante a outro, vejo-o e não me vês. A voz que se faz aqui é outra, a que não deste por conta.

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