Encontrei
bons títulos dados às coisas, e o que realmente me importava o conteúdo
expresso e acabado de outras mentes se não fosse para ali encontrar
conjuntamente o diálogo verdadeiro humano e o poema que lhe cedesse libertação?
Que me importava a notícia de outras longitudes, se não fosse para encontrar, atrelada
à sua descoberta, o sinal de um humor empático que indicasse as regiões desconhecidas a que naturalmente me induziriam? Muitas vezes reproduziu-se em mim o achado por
um nome. The Poet Acts, o nome-título
do som descendente deste texto, pois. Nada do que desejo falar corresponde a teorias
acabadas, conquanto a teoria ela mesma é o afastamento da condição mortal (sic).
Falo somente porque disponho da condensação dos encontros, da longínqua
injunção de eleger as coisas, e porque circundando, em algum momento devo
proferir e designar as desordens, como que para embaralhar e depois formar
castelos de cartas.
Os panos com suas costuras, a tecelã ancestral a remediar anos e a compor mais
tramas, os nós atados levados às galerias e aos palcos como arte; os despojos
dos transmundos além de mim... Todos e muitos, bem situados no transcurso
segundo suas circunstâncias, e mesmo o homem mais exasperado era o homem cujo
olhar poderia sempre se crer e cujas mãos apenas repetiam os gestos laboriosos
da sensatez. Que me importava se estivessem todos maquinalmente juntos numa
contribuição secular? ...quando algo em mim insistia em clarificar que ainda
mais necessária era a minha própria leitura? Quanta comodidade, quanta
serenidade, a de poder apenas escutar o murmurinho das casas e acreditar que se está
à companhia de todos na rua! A minha interpretação, que já não podia ser mais
meramente fictícia ou inventada, mas que urgia conciliar-se com a minha
consciência, elegeu então mais uma vez, tomada pela clareza de uma compreensão
maior que se abre numa pergunta:
Como acolher o homem cujo coração não é
uma demanda extravagante?*
(*Juliano Pessanha, Ignorância do sempre)
Um comentário:
Bonito.
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